Silverlight e Mozilla
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Silverlight e Mozilla

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Eu escrevi no post Mozilla abre mão do Thunderbird para se dedicar ao Firefox:

Sem o sucesso do Firefox em alguns anos estaremos pagando royalties para a Microsoft ou para a Adobe para publicar alguma coisa na web.

Parece exagerado mas não é. Vejamos o Silverlight, um plugin da Microsoft no estilo Flash. Atualmente você pode baixar e testar a versão 1.0 RC (Release Candidate) e 1.1 Alpha. A versão 1.0 pode rodar vídeos e aquelas animações do Flash programadas por JavaScript.

Já o Silverlight 1.1 é um outro patamar. Ele traz um mini .NET que pode executar programas em qualquer linguagem que suporte esta plataforma. C#, VB, Python, Ruby estão nos planos.

Mas quero chamar a atenção para um recurso do Silverlight 1.1. Ele pode acessar e controlar a página HTML como o JavaScript nativo do browser. Desde um trivial getElementByID até responder a eventos como click ou injetar elementos no DOM.

O Google poderia substituir todo o JavaScript do Gmail por C#+Silverlight e a página se comportaria do mesmo modo (mas provavelmente bem mais rápido). Com a vantagem de menor preocupação com as peculiaridades de cada browser. Ainda sobrariam as diferenças de CSS.

Em um próximo estágio, com o Silverlight disseminado, os sites poderiam esquecer de HTML e CSS e usar a interface própria do Silverlight, XAML. Neste cenário, temos uma dependência da MS mais profunda que aquela de alguns anos, em que os sites só funcionavam no IE.

Mozilla não está parada

No ano passado a Adobe liberou como código livre a máquina virtual do ActionScript (um primo do JavaScript no qual são escritos programas em Flash). É um componente do Flash Player que compila e executa os arquivos Flash. Este código, batizado de Tamarin, provavelmente fará parte do Firefox 4 (no mínimo) e torna a execução de JavaScript muito mais rápida.

Pois há alguns dias a Mozilla anunciou que pretende fazer o Tamarin rodar no Internet Explorer. E como ele seria instalado nos milhões de IEs existentes? Via atualização do Flash (com auxílio da Adobe, portanto). O nome do projeto é ScreamingMonkey.

Embora o ScreamingMonkey não seja tão amplo como o Silverlight há um ponto em comum: ambos tornam o JavaScript do navegador concorrente em algo irrelevante.

Outras iniciativas fornecem alternativas livres a áreas cobertas pelo Silverlight: o Firefox terá suporte a vídeos sem necessitar de plugins e execução offline (não é o Google Gears).

Conclusão

O Silverlight é uma excelente tecnologia. Mas ficar na mão de uma única empresa é um péssimo negócio. Felizmente temos Mozilla e Google para deixar a web livre mais equilibrada. Competir com a MS não é fácil. É compreensível a decisão da Mozilla em tirar o Thunderbird das suas asas para manter o foco na web.